Absinto "A fada Verde"

 
   Depois de muito tempo longe do blog, estou voltando com força total e para isso, vou recorrer a ajuda dos poderes mágicos da "fada verde". Hoje o assunto é absinto... Uma bebida cercada de mitos, lendas e curiosidades.
  Chega a ser engraçado, mesmo as pessoas que mais repudiam a bebedeira têm uma estranha curiosidade sobre essa bebida. Muitos que dizem odiar beber também dizem querer experimentar o absinto "só pra saber como é...
  Pois bem, eu hoje vou começar assim, absinto é um destilado e não um licor... Esse é o fato número 1!
  E claro, como o caminho pro inferno está sempre cheio de boas intenções, ele nasceu com um intuito de ser um remédio.

  Foi assim... O dr. Pierre Ordinaire (qualquer semelhança com a palavrinha ordinário é mera coincidência) tava lá na Suíça lá pro ano de 1792 e do nada deu uma de professor Pardal nele... Aí já dá pra ter uma idéia. Só pra efeito de citação, vale dizer que ele estava lá exilado... boa gente num devia ser. Ele criou uma poção digestiva à base de Artemisia absinthium uma erva com propriedades alucinógenas e alguns anos depois adicionou álcool a sua composição pra potencializar os efeitos digestivos do medicamento.
  Rapidinho como tudo que não presta a bebida foi cruzando fronteiras e ficando conhecidíssima, não pela sua aplicação original, mas com a fama de dar mais disposição, ser afrodisíaca e tudo mais. Marcada como uma bebida de intelectuais ela tem fama de ter sido de grande influência em muitas obras de caras como Paul Verlaine, Van Gogh, Henri de Toulouse-Lautrec, Monet, Gauguin, Degas, Rimbaud, Oscar Wilde e Ernest Hemingway que eram grandes apreciadores da bebida.

  O que chama muita atenção além de sua mística coloração verde-esmeralda, é seu elevado teor alcoólico, chegando a incríveis 85%. E o álcool é conhecido por potencializar efeitos alúcinógenos e de outras drogas, então imagina o que essa combinação de álcool com "Thujone" (que é o princípio ativo da planta) pode fazer com o ser humano.

  A proibição em muitos lugares se deve a loucura causada pelo absinto, não presente em outras bebidas. Na Suiça hoje em dia estima-se que cerca de 40% da população adulta é "dependente" da bebida, o comportamento no mínimo bizarro de Van Gogh é associado ao consumo da bebida e dizem que ele estava chapado de absinto quando cortou a orelha e ainda por cima bateu em Gauguin; o poeta Paul Verlaine atirou em seu amante Arthur Rimbaud também por causa da fada.
  Além disso tudo, problemas de sáude físicos e mentais, tipo epilepsia, impotência e tuberculose e ainda por cima o suicido e loucura eram corriqueiros na vida dos antigos amantes da fadinha. Recentemente, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, identificaram nas substâncias presentes nos destilados preparados com a erva, propriedades capazes de causar convulsões, alucinações, surtos psicóticos; dependendo da dosagem. Além disso, os estudos demonstraram que o uso crônico pode provocar danos neurológicos permanentes.(CUIDADO!!!)
  Existem relatos também de caras que assassinaram a família toda por causa do absinto. Bom depois disso tudo já da pra entender um pouco por que essa bebida é assim tão cheia de folclore. Vale lembrar que cerca de quinze outras ervas entram na composição da bebida que pra mim tem um gosto horrível que lembra a erva-doce; Mas tenho que dizer também que naquela época a erva era triturada direto no álcool e bebida... Imagina só...
  Ah legal saber que outro nome da é "losna" e que na Grécia Antiga esta planta era dedicada à Ártemis, deusa da fecundidade e da caça daí vem seu nome científico... "Artemisia absinthium L."
  
  Hoje a bebida é encontrada no Brasil, mas com o teor de álcool reduzido para se enquadar na legislação brasileira, ou seja, não vale nem à pena por que é muito diferente da original, que também não vale a pena na minha opinião por que é horrível. E a bedida é encontrada em diversas cores... azul, vermeha, verde, preta cada uma com um teor diferente de geralmente de 50 a 85%

   O jeito de servir tradicionalmente é outra coisa que desperta o interesse nas pessoas, quem nunca assistiu um filme de época com uma galerinha na frança diluindo um torrão de açucar lentamente dentro de um copo da bebida.

  Esse é o jeito clássico de servir a bebida, ela tem que estar gelada e é colocada num copo, depois usa-se uma colher que tem um furo no meio onde se apoia o torrão de açúcar e lentamente se despeja um pouco de água sobre o açúcar que se dissolve bem devagar.

  Em breve colocarei um post relacionado a esse com receitas que levam absinto, o que não vai ser fácil de fazer devido a dificuldade de encontrar a bebida, mas claro que se alguém ficar realmente interessado ou curioso, eu ainda tenho algumas garrafas de diferentes cores e teores, originais aqui em casa pra gente encher a cara...

 Um Grande Abraço aos amigos do blog e Minhas Sinceras Desculpas por tanto tempo sem postar, mas tive alguns problemas técnicos!!!