terça-feira, 12 de abril de 2011

Cocktail » Coquetel » Rabo de galo...

 Lembram dos filmes do Bond??

 Ele tomando um dry martini, sexy, com carros velozes, armas, lindas mulheres, até pra fumar ele tinha classe... Tá bom Pedro, mas o que o James (leia-se Bond)  tem a ver com rabo de galo?

 Então... minha tia era fã do 007, achava o Sean Connery demais, amava o Bond.

  Ela era linda e com um futuro promissor, mas a coitada acabou virando um daqueles casos que não deram certo, sabe? Tipo o Deivid no Flamengo, não decolou...

  Enfeiou, engordou, emburrou, embigodou... E casou... Sim Sim!!! Casou, pra espanto de todos que chegaram a ver o avançado estado de decomposição em que ela se encontrava.

  O (corajoso e míope) Jorge, bateu no peito e chamou a responsa de furar aquele dragão.

  Cacete Pedro, o que o Jorge, a sua tia e o James Bond têm a ver com o rabo de galo... desenvolve...

  É que o cara que aceita um desafio desses, deve ser tratado como um rei, cafezinho na cama, almoço farto... casa limpa e uma pensão,  mas não foi o caso, pois além de feia e burra, ela é um porre, e pra piorar, ficou vesga e entrou pra Igreja.

  Pra encarar, só calibrado... de cara limpa não dava... O Jorge então, começou a frequentar os bares, botecos e botequins... Ela, ficou irada com a situação, achou que era uma tesde de fé. Abandonou o trabalho pra se dedicar plenamente a obra de Deus e salvar o marido.

  Ele, com a mulher-bagulho desempregada e em casa o dia todo e tendo que dar os 10% do dízimo de seu salário, aumentou o tempo de permanência nos bares, porém nunca deixou de levar o pão de cada dia pra casa...

  Ela o tratava como um bêbado, vagabundo e disse que não casou pra viver uma vida daquelas, que depois de 20 anos com ela, queria mais respeito...

 Aí, eu começo com a hisória do rabo de galo... Pois ela continuava fã do James (o Bond), achava ele o máximo...

 O James influenciou gerações com seu cigarro, fez os jovens fumarem por status... Os anos então passaram, o cigarro perdeu seu glamour e 007 largou o fumo. Aquilo não estava mais na moda, não dava mais status, não era mais bonito... O Bond, sem vontade própria, preocupado somente com o que as pessoas iam achar dele e não com o que ele realmente queria... largou o cigarro.

  Por outro lado, o Jorge não se ligava na beleza, nem na moda, não ligava para o que os outros iam falar, pois se ligasse, não pegava minha tia... A teria largado com mais facilidade que o Bond pra largar o fumo!

 O Bond, mimado, nunca atirava com a mesma arma duas vezes e o Jorge, serralheiro, não comprava novas ferramentas pra dar mais conforto ao tribufú... Enquanto um destruía carrões, o outro continuava com sua variante, já que sua mulher consumia mais que um opala... O Bond pegava uma mulher mais linda a cada filme... o Jorge, continuava com aquele castigo por 20 anos...

 Ela olhava o James Bond e dizia: "Isso que é Homem!"

 Esquecia que o ator ia sendo substituído para que o personagem não envelhecesse... e seu marido era um super-herói do cotidiano, com super responsabilidades, mas sem os super poderes. E com um vilão enorme pra combater entre quatro paredes.

 Porra Pedro o rabo de galo???

 Minha tia achava charmosíssimo o drink do Bond no cassino, mas não suportava o Jorge no caça-níqueis do boteco tomando um rabo de galo.
 Um dia falei pra ela que meu ele era o Jorge Bond da Zona Norte e ela dissse que era diferente, que o cocktail era "chique" e o rabo de galo, era coisa de bêbado...

  Ora pois!!! Cocktail é cock (galo) + tail (rabo), ou seja, rabo de galo... é o jeito de se tomar um pileque em terras tupiniquins...

  O dry martini do Bond se faz com Gin & Vermouth, o rabo de galo do Jorge é com cachaça  & Vermouth...

 Do mesmo jeito que aquele dry martini é de ótima qualidade, o rabo de galo também pode ser, basta obedecer alguns conceitos básicos da coquetelaria:

- O dry martini do James é feito com ingredientes de altíssima qualidade se usamos o mesmo vermouth e substituímos o gin pela nossa cachaça de qualidade, já melhoramos muito a bebida.

- A temperatura também é um fator importante. Embora a temperatura ambiente seja aceitável, o nosso rabo de galo gelado ficaria mais suave, mas não é o tipo de bebida que deva ser feita na coqueteleira, e sim misturada delicadamente no mixing glass,

-A receita - Proporção é tudo, um bartender bem preparado sabe contar uma dosagem, mas uma pessoa sem prática destrói a frágil alquimia. O legal pra essa bebida é mais cachaça e menos vermouth, mas ela é feita de igual pra igual nos botecos pra mascarar o gosto ruim da cachaça de má qualidade. Se usamos uma cachaça boa e mais macia acabamos com o problema e poderíamos usar a proporção correta.

-O aspecto visual também é importante! Parece frescura, mas se você olha aquela taça linda e brilhando e um copo de bar engordurado você vai entender do que eu estou falando.

-O preparo de quem prepara, a diferença dos bartenders para os atendentes de balcão fala alto, um cara preparado pra fazer um drink é quem realiza a magia, não quem só derrama as bebidas à moda bangu.

  A explicação pra isso tudo é bem simples, quem já teve oportunidade de visitar outros países já viu como as bebidas são mais baratas lá fora. Bebidas que são o olho da cara aqui por causa da carga de impostos, lá custam umas doletas.

  Esse papo de que cachaça não presta também é besteira, a cachaça é muito valorizada lá fora. Numa oportunidade com o amigo Bruno Horta na Espanha, o velho barreiro estava 16 euros e a absolut 11 euros...

  E você pode me dizer também que existem mil receitas pro rabo de galo...  com conhaque, com brandy, com cachaça e gin... Isso é verdade, mas a gente é acostumado com uma diversidade muito grande, na Itália não tem pizza de frango com catupiry, colocar catchup na pizza é um crime, e por aí vai. Aqui no Brasa é na base do acrescenta aí e isso é bom demais... Nosso País é muito grande, cheio de gente diferente e criativa...

  Mas voltando aos drinks, você tem isso lá fora, quer provas? O tal dry martiny (gin + vermouth + azeitona) é bem parecido com o Gibson (gin + vermouth + uma cebolinha curtida)

 Bom, eu vou postar a receita de um "rabo de galo" e vocês sigam o modo de preparo usando ingredientes de qualidade, se possível numa taça vistosa gelada previamente e vejam o resultado!

- 2/3 de cachaça branca de qualidade
- 1/3 de vermouth de qualidade

  Num mixing glass (caso você não tenha o mixing glass o substitua por recipiente de vidro largo e grande que serve), coloque algumas pedras de gelo, em seguida a cachaça e depois o vermouth, misture suavemente com uma colher de cabo longo (bailarina) e em seguida coe numa taça gelada.

  Voltem e comentem os resultados!

2 comentários:

  1. Sim , mas cá entre nós, sem ninguem precisar ficar sabendo ...

    De coração , tu se amarra em rabo de galo ?????

    Pq pqp, nada ( ? ) com vermute fica bom mlq ...

    Ainda voto na Maria Louca da cadeia , que pelo menos levava casca de frutas sortidas na composição ...

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  2. hasudhaud Aí fica a critério de cada um... eu por exemplo não sou lá muito fã, mas a idéia de desmarginalizar o rabinho do galinho... vou postar sobre a maria louca em breve!

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